Texto, fotos e vídeos por Renan de Souza, Diego Furtado e Fernando Sousa (estudantes dos ateliês de Fotografia, Audiovisual e Comunicação do CCBJ)

Toda vez que olho pela janela me dá uma alegria ver a estrutura do Centro Cultural na periferia“. A afirmação é de Cristiano dos Anjos, sapateiro e comerciante vizinho do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), que com muita simpatia, que o define, completa dizendo que seu comércio começou com apenas uma caixa de sapato e outra de bebidas. Com o passar dos anos ele conseguiu aumentar o seu negócio que existe desde a inauguração do CCBJ, em 2006. A humildade é uma das suas características mais marcantes, o tornando uma pessoa acessível e bem humorado. 

Cristiano dos Anjos, comerciante e vizinho do CCBJ.

Apesar de nunca ter frequentado nenhum curso no CCBJ, seu empreendimento ganha muita força por conta do Centro Cultural. Seus filhos, que hoje fazem faculdade, fizeram vários cursos no equipamento cultural. Ele conta, no entanto, que o espaço de formação ao longo desses anos já foi muito abandonado pelo governo, deixando obras paradas, reduzindo a verba, e deixando o CCBJ funcionando apenas por seis meses no meio do semestre.

Ele fala também que o Centro Cultural é um dos melhores vizinhos em termos de paisagem. Cristiano fala também que as pessoas da comunidade necessitam muito de instituições públicas como essa para capacitação e lazer, tirando jovens da rua e os capacitando intelectualmente.

Alê Silva, realizador audiovisual que deu seus primeiros passos no CCBJ.

Além de Cristiano dos Anjos, quem dá seu ponto de vista é o fotógrafo Alê Silva que viveu no Grande Bom Jardim durante toda a sua infância e realizou vários cursos desde a inauguração do CCBJ.

Filho de comerciantes, seu interesse por fotografia, atualmente sua profissão, deve-se ao CCBJ, que viabilizou conteúdos que despertaram o seu interesse e sua paixão pelo audiovisual. Alê Silva mudou-se para o Bom Jardim aos seis anos de idade. Hoje ele é aluno da Vila das Artes, equipamento da Prefeitura de Fortaleza, que também é uma instituição de cultura e disponibiliza vários cursos. “O centro cultural acaba tendo a tarefa de gerar referências artísticas para as pessoas que estão naquele espeço. Ele modificou minha vida nesse sentido, de me dá acesso à arte perto da minha casa”, destaca Alê.

*Sob supervisão de Jack de Carvalho